Nossa ideia é manter todos esses leitos. Claro que existem alguns municípios, geralmente os maiores, que têm a gestão plena de todo o seu território. Estamos fazendo um apelo aos prefeitos para que possamos manter todos os leitos. Neste momento, ainda temos 93% de ocupação, mas devemos ar por um momento de diminuição do número de infectados e, por consequência, reflete num número menor de internamentos. Mas o fato é que continuamos perdendo vidas, continuamos lutando todos os dias, com equipes de saúde trabalhando por um ano sem parar, com a crise dos medicamentos ainda sendo resolvida. Mas, depois de um ano e dois meses de pandemia, precisamos começar a conviver com tudo isso. O comércio e a indústria estão funcionando, a educação, que foi a maior prejudicada do período precisa voltar. Vamos ar por um momento de revisão dos métodos e das ações, mas a educação, devagar, também tem que retornar à sua normalidade. 441i3d
O estado conclui, nesta semana, a vacinação dos idosos, o grupo mais vulnerável às complicações causadas pelo coronavírus. Já há algum dado, dentro da Secretaria, sobre o impacto desta vacinação nos casos e óbitos de pessoas com mais de 60 anos?
Trabalhamos muito com as instituições de longa permanência. Os idosos residentes e os trabalhadores dessas instituições foram os primeiros a receber a vacina. Nós estamos monitorando todas essas instituições e mantendo o rastreio laboratorial. E pudemos observar que algumas instituições até registraram casos de contaminação pós-vacinação, após as duas doses, mas os casos foram leves: sintomas leves. Isso é mostrar que, de fato, a vacina é eficaz. O idoso até é infectado, mas o vírus se manifesta de uma forma que o idoso sequer precisa de internamento médico.
Em setembro do ano ado a avaliação era de que já havíamos atingido o pico e os números ariam a baixar constantemente. Mas veio a segunda onda, com a nova cepa, ainda mais forte e que, agora, começa a estabilizar. Neste momento, ainda mais com o início da vacinação, dá para dizer que o pior já ou ou ainda é possível esperar uma terceira onda, no inverno?
Existe um ditado nas faculdades de Medicina e a gente está vendo bem o valor deste ditado “nem nunca, e nem sempre”. Estamos no meio de uma pandemia, é algo muito novo e, todo dia, a gente aprende um pouco a conviver com isso. O fato de termos diversas variantes circulando demonstra que o quadro clínico, a evolução da doença, pode ser diverso. Neste momento, temos a possibilidade de uma descida da onda, que está se mostrando sustentada, mas não quer dizer que, ali na frente, não teremos mais problemas. O fato é que, depois de um ano e dois meses, com uma gama de vacinas acontecendo, vacinas chegando, não na velocidade que gostaríamos, mas chegando, mais do que nunca, estamos tendo que aprender a conviver com a doença. E é esse fator que nos move a tentar voltar com as aulas, com protocolos de segurança, vacinação aos trabalhadores em educação paulatinamente acontecendo, tudo isso dentro do contexto social que quer a volta das aulas. Nossa próxima fronteira, nos próximos dias, é dialogar efetivamente sobre a questão da Covid-19 na gestante. Está aparecendo casos de interrupção da gravidez no terceiro trimestre, partos prematuros e até aumentando os números de mortalidade materna. Reduzimos nossa mortalidade infantil para baixo de 10 e, de repente, temos esse fator intangível, que vamos ter que combater com a opinião pública, com a ajuda da imprensa e com as equipes trabalhando na assistência lá na base. Também estamos chegando ao segundo dia das mães. São esses momentos de grandes confraternizações, que são inocentes, que acabam colaborando para o aumento da circulação do vírus. Aprendemos muito neste ano. Sacrifícios inúmeros foram colocados. Sacrifícios de ordem social. A vulnerabilidade social e a fome voltaram a assolar o país e o estado. Todas as nossas estratégias precisam se voltar aos mais vulneráveis. E sacrifício no aprender das crianças, que foram frontalmente atingidas. Vamos ter que ar e, por isso, o caráter desse momento não é apenas o de saúde, mas o caráter humanista também.