Apesar do silêncio por parte do governo, o assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim, disse que vê a ação de Maduro mais como um “gesto simbólico” perante a “política interna”. Mas, descartou que evolua para algo mais grave. 30374z
“O gesto é simbólico, obviamente tem seu peso, mas vou arriscar uma opinião de que isso tem a ver com a política interna. É simbólico, pode ter algum efeito, mas não creio que vá haver alguma consequência grave”, disse em entrevista ao jornal O Globo.
Amorim ainda reafirmou o compromisso do Brasil com a paz na região e expressou confiança no acordo entre Guiana e Venezuela. Ele ressaltou que o Brasil “é testemunha desse acordo” e destacou a importância de reforçar o diálogo entre os países envolvidos.
“O acordo assinado, autorizado pelo próprio Maduro, prevê que é essencial reafirmar a região como área de paz e diz que as partes renunciam a qualquer possibilidade de uso de força armada”, pontuou reafirmando que o Brasil deve fazer um “reforço no diálogo” com os países envolvidos.
A criação do estado da “Guiana Essequiba” é resultado de um referendo unilateral realizado em dezembro por Maduro. A região do Essequibo é uma área rica em petróleo e recursos naturais e tem sido alvo de disputa entre Venezuela e Guiana por mais de um século.
Segundo o texto da lei promulgada por Maduro, o estado da “Guiana Essequiba” seria governado a partir da cidade de Tumeremo, no estado venezuelano de Bolívar, e prevê medidas contra aqueles que “favoreçam” a causa da Guiana.