Na comparação com abril de 2019, houve queda ainda maior, de 30,6%, na produção paranaense. Neste comparativo, no entanto, os estados vizinhos do sul tiveram queda mais acentuada: Santa Catarina teve queda de 30,8% e Rio Grande do Sul, de 35,5%. São Paulo também teve forte retração (31,7%). A média nacional foi de -27,2%. 3t2t4i
O economista da Federação das Indústrias do Paraná, Evânio Felippe, diz que a Federação prefere trabalhar com o comparativo com o mesmo mês do ano ado, para comparar bases de dias de produção iguais e descartar sazonalidades. Além disso, cita, os números de março já foram impactados pelas medidas de isolamento, tomadas na última quinzena do mês. “A queda na produção em abril é o real reflexo das políticas de isolamento social implementadas no Paraná. Porque, no mês de março, as políticas de isolamento se iniciaram apenas na segunda quinzena, então o impacto não foi no mês inteiro. Agora temos, comparando com abril do ano ado e não com o mês anterior, o tamanho do impacto destas medidas”, diz, citando ser esse o pior resultado na série histórica do IBGE para abril, superando, e muito, a pior queda anterior (12,8% em 2014).
Quando se analisam os números relativos ao acumulado do ano, de janeiro a abril, a queda é bem menor. O Paraná teve retração da atividade industrial em 6,2%. O indicador nacional ficou em -8,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, de maio de 2019 a abril de 2020, o setor industrial ainda opera com resultado positivo, ou seja, crescimento de 1,7%, o que indica que a atividade industrial no estado vinha em uma importante série crescente. No país, o indicador está em -2,9%.
O acumulado positivo tende a ser perdido quando forem divulgados os números de maio, ainda influenciados pelo fechamento de diversas atividades. “É muito difícil mensurar o impacto da reabertura das atividades industriais, pois o impacto é diferente. As empresas começaram a voltar, mas respeitando uma série de regras que podem impactar na velocidade da retomada das atividades produtivas. O que talvez possa melhorar os dados de maio e de junho são algumas políticas públicas, como o o mais rápido e menos burocrático ao crédito”, avalia o economista.
De janeiro a abril, os setores que mais influenciaram no resultado estadual, de forma positiva, foram produtos derivados do petróleo, com crescimento de 10,1%; setor de alimentos, um dos mais relevantes do Paraná, cresceu 8,3%; seguido por e papel e celulose, com 6,9%; fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, 1,2%; além de produtos de metal, com ligeira alta de 1%.
Na avaliação das atividades com pior desempenho de janeiro a abril deste ano, e que puxaram o resultado para baixo, destaque para a queda acentuada da produção no segmento automotivo, de -30,6%; máquinas e equipamentos, de -28,5%; e fabricação de produtos de madeira, -17,1%. “Ao analisar a taxa de crescimento da indústria em geral, a produção de veículos, uma das mais importantes do estado, foi uma das mais prejudicadas durante a pandemia. Além da suspensão das atividades nas fábricas, o retorno ao trabalho foi mais tardio em comparação com outros setores. Isso influenciou diretamente o resultado negativo no estado”, avalia o economista da Fiep.