“Esses mil pacientes por dia que não foram atendidos terão que ser operados. Então, se antes fazíamos 2 mil cirurgias por dia, quando a pandemia permitir, teremos que dar um jeito de fazer 3 mil por dia”, afirma Filipak. 6s4418
Em entrevista à Gazeta do Povo em dezembro, o prefeito de Maringá, Ulisses Maia (PDS), apontou o tamanho do problema para os municípios. Só no hospital municipal de Maringá, 3 mil procedimentos cirúrgicos não foram feitos no primeiro ano da pandemia. “Em 2021, teremos que retomar uma fila enorme de atendimentos que já era grande antes da pandemia e que vai exigir muito investimento”, ressaltou Maia na oportunidade.
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Sobre o planejamento para acabar com a fila de cirurgias, Filipak afirma que o desafio é maior do que o gerenciamento de leitos do coronavírus. “A Covid-19 é relativamente mais fácil de istrar. O que dificulta nesse caso é a gravidade, mas é só uma doença. No caso dessas cirurgias represadas, são várias doenças, com vários tipos de cirurgias, leitos e medicamentos, o que exige um planejamento muito mais difícil. Sem contar a demanda alta”, explica o diretor de Gestão em Saúde da Sesa.
Assim como no caso da vacinação da Covid-19, a prioridade na fila das cirurgias quando os procedimentos voltarem serão os pacientes de maior risco. Porém, Filipak faz uma comparação que ilustra bem o reflexo dessa paralisação na sociedade. “Um paciente de catarata, por exemplo, exige uma cirurgia oftalmológica relativamente fácil, em que o paciente vai para casa no mesmo dia. Então ele não vai morrer se não ar pelo procedimento. Só que se ele for um motorista profissional ou qualquer outra profissão que dependa da visão, como vai trabalhar se não fizer a cirurgia?”, compara.