“Para uma pessoa que saía de carro todos os dias e que desde o ano ado ou a trabalhar em home office e a sair de casa uma vez por semana, por exemplo, pode haver um certo fator emocional, uma certa frustração provocada pelo isolamento. E a direção é, por excelência, uma das maiores formas de extravasar esses sentimentos. O motorista quer meio que compensar o tempo todo que ele deixou de circular com o excesso de velocidade. E se for em vias largas, amplas, e com poucos carros em volta, isso se torna quase que um convite à corrida”, ponderou. q4v6y

Outra infração comum e que sofreu mudanças na ocorrência por conta da pandemia é a embriaguez ao volante. Só que diferente do excesso de velocidade, o número de casos caiu substancialmente, com queda de quase 30% no período: 11.284 multas aplicadas em 2019 contra 8.019 em 2020. Na avaliação do Detran, os dados refletem os efeitos das medidas restritivas impostas à venda e ao consumo de bebidas alcoólicas durante a pandemia.

“Os ambientes que comercializam esses produtos em todo o estado enfrentaram e enfrentam restrições de funcionamento durante a pandemia. Em um ou outro momento, bares e outros estabelecimentos foram fechados por um período, o que ajudou a diminuir os casos de motoristas dirigindo embriagados. E isso acabou tendo um reflexo positivo nos números, um ponto a ser comemorado”, comentou Marli.

Celular ao volante: perigo agora vem dos aplicativos 4f305s

Atitude que sempre aparece entre as infrações mais cometidas no estado, o uso de celular pelos condutores apresentou uma leve queda de 0,84% no período. Em 2019 foram aplicadas 95.549 multas contra 94.742 em 2020. Batagini explicou que apesar de ver como um fator positivo a queda no número de multas o perfil de uso do celular tem mudado ao longo do tempo, o que pode torná-lo ainda mais perigoso.

“Não faz muito tempo o celular era usado apenas para as ligações. A distração acontecia porque o motorista estava dirigindo e falando ao celular ao mesmo tempo. Agora o cenário é outro, e com o uso mais frequente de aplicativos de mensagens tem se tornado cada vez mais comum o caso de motoristas usando o celular para digitar. Isso é ainda mais preocupante porque temos percebido o aumento no caso de motociclistas fazendo o mesmo, digitando mensagens no celular enquanto pilotam”, comentou Marli.

O avanço do sinal vermelho se manteve em perigosa estabilidade no período analisado. Foram 33.632 multas aplicadas em todo o Paraná em 2020 contra 33.611 em 2019. Para a coordenadora, a prática é uma das mais graves, já que coloca não só a vida do motorista em risco, mas também ameaça os ocupantes de outros veículos, além de pedestres.

“O avanço do sinal vermelho é uma roleta russa. O condutor pode ter a possibilidade de se livrar de um sinistro ao fazer isso. O carro foi destruído, mas ele saiu ileso, só com algumas escoriações. Mas e o outro envolvido? Muitas vezes ficam sequelas, ou mesmo acontece a morte dos ocupantes dos outros veículos. Vidas são perdidas, famílias são destruídas por causa dessa atitude”, sublinhou.

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