
Simão explica que o enterro será feito no cemitério dentro da própria aldeia e deve ser rápido, de 15 minutos, em função da pandemia do coronavírus. “Normalmente, a gente esperaria os parentes que moram em outros lugares”, lamentou ele. f23
Até as 16h30, quando a Gazeta do Povo falou com Simão por telefone, o corpo de Gregório ainda não tinha sido levado até a aldeia. A reportagem também não conseguiu contato com o hospital. A morte foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), mas a pasta ainda não tem detalhes sobre o caso.
Osmarina de Oliveira, integrante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), lamentou a “perda enorme” e reconheceu preocupação com a chegada do coronavírus na população indígena. Segundo ela, somente na Ocoy, já foram registrados um total de 77 indígenas infectados desde o início da pandemia, incluindo Gregório. “Todos os demais, os 76, se recuperaram e estão bem”, explicou ela.
Por conta das infecções, o cacique da Ocoy, Celso Jopoty Alves, chegou a fechar em junho os dois os à aldeia. Na época, a Gazeta do Povo relatava que 35 indígenas já tinham testado positivo para coronavírus na comunidade. O primeiro caso foi de um indígena que trabalha em um frigorífico da região. “Houve alguns problemas, umas situações de gente de fora que tentou entrar na aldeia, mas depois se resolveu”, disse Osmarina.
No boletim da Sesa divulgado quinta-feira (23), consta que, desde o início da pandemia, o Paraná já registrou 79 casos confirmados de infecção por coronavírus em indígenas e ainda há 229 casos suspeitos, ou seja, que aguardam resultado de exames.