Encabeçado pela Fundação Grupo Boticário, o projeto reúne mais de 60 atores da região, entre empresas, poder público, cooperativas, universidades e sociedade civil. Entre as metas, está a recuperação de 650 hectares de áreas estratégicas para a disponibilidade hídrica, a conservação de 1,5 mil hectares de áreas naturais por meio de mecanismos financeiros e o apoio a 30 negócios de impacto por meio do turismo rural e da agricultura sustentável. 4dz3l

“Ninguém é inocente de pensar que produtores vão abrir mão de receita simplesmente em prol da natureza, o que precisamos é incentivar economicamente que isso aconteça”, explica Karam. “Se mostrarmos ao produtor que, preservando, ele pode entrar no mercado de produtos sustentáveis, isso se torna economicamente atrativo. Se o empresário do turismo depende do rio para atrair clientes e gerar empregos, a preservação se torna um interesse daquela comunidade”.

Como a preservação aumenta a captação de água 2u404d

O princípio é simples e ensinado às crianças em idade escolar: o solo e vegetação que ficam em volta dos leitos também armazenam uma gigantesca quantidade de água. Em tempos mais secos, como os atuais, essa reserva ajudaria no abastecimento do rio, adiando a falta de água.

No entanto, a agricultura mal feita, que degrada a vegetação que fica às margens, além da construção de imóveis e rodovias em locais inadequados acabam eliminando essa vegetação e as áreas de solo permeável, extinguindo essa reserva.

Apesar de o tema constar no currículo da educação básica, a lição não parece ser colocada em prática pelo poder público como política de estado, ficando restrita ao orçamento das empresas como a Sanepar, que atua diretamente com o problema. “O debate sobre soluções ambientais no meio político fica a certos setores. Além disso o gestor público normalmente pensa com a cabeça de 4 anos, e essas soluções costumam levar mais tempo para mostrarem resultados”, pondera Karam.

Infraestrutura convencional 4932o

A Sanepar é umas das parceiras do projeto, e já trabalha com a conscientização da população da Bacia do Miringuava, onde constrói uma barreira para aumentar o armazenamento de água. A companhia também planeja construir mais dois centros de reservação na região da capital, além da operacionalização de poços e execução de aproximadamente 30 km de adutoras, que são tubulações de grande porte para o transporte da água entre os locais de distribuição.

Para amenizar a crise, a Sanepar também colocou em funcionamento um equipamento que permite que mais 330 litros por segundo sejam enviados de outras estações para os locais que apresentam falta. No entanto, a medida não acabou com os rodízios, que continuam nos próximos dias.