Claudete atua como professora na Universidade Federal do Paraná (UFPR) há 32 anos, sendo que de 12 anos para cá dedica-se também a cargos de gestão. Na superintendência do HC está há 3 anos. No comando de uma instituição com vocação acadêmica, Claudete se diz emocionada com o comprometimento dos profissionais. Muitos dos professores que estão dispensados das aulas (a UFPR não está oferecendo ensino virtual para os estudantes de cursos presenciais) se ofereceram para ir trabalhar no hospital. “É bem bonito ver isso”, resume. 536vn

O HC também está na linha de frente na área de pesquisa. É uma das instituições selecionadas pela Fiocruz para fazer os testes controlados com o uso de cloroquina, substância apontada como uma das possibilidades de tratamento para Covid-19. Claudete conta que outros experimentos, nas mais diversas áreas, já estão em curso ou em vias de serem autorizados pelo comitê de ética.

Como ginecologista, viu de perto muitas das transformações nos parâmetros de atendimento. Um exemplo que cita é o surgimento da AIDS, que ou a se intensificar a partir de 1986. “Antes disso, no momento do nascimento a gente pegava o bebê sem proteção, muitas vezes tendo contato com o sangue”, comenta. De lá para cá a Medicina enfrentou vários desafios, mas ela acredita que nada se compare ao que o mundo está vivendo agora. “Nunca vi uma situação igual, de parar tudo para cuidar da saúde”, diz.

Nesses momentos de adversidade, Claudete comemora o resultado da união de forças. Ela comenta que a Associação dos Amigos do HC tem sido fundamental para agilizar o contato com a sociedade, sem tantas amarras burocráticas. Foi a organização, por exemplo, que negociou com o Coritiba para ceder o alojamento do estádio Couto Pereira para profissionais de saúde descansarem, sem o risco de contaminarem suas casas, bem como fez uma campanha para doação do enxoval necessário (lençóis, toalhas e cobertores). “Somos todos contra essa doença”, finaliza.