Portes confirmou à reportagem que dormia com a esposa no momento da queda do objeto, e que não viu as bolas de fogo cruzando o céu. Mas o som do impacto da peça com o chão do sítio ainda não saiu da cabeça do produtor rural.
“Eu não vi as bolas de fogo no céu no dia. A gente estava dormindo com as janelas abertas, estava fazendo calor. Era umas dez para as cinco da manhã e eu ouvi um zunido ando por cima da casa e um estrondo, parecia que estava desmontando tudo no sítio. Na hora eu e minha esposa saímos para olhar, porque aquilo não era um barulho de trovão. Olhamos para um lado, nada. Olhamos para o outro, nada também”, lembrou.
Desde o dia da queda choveu muito na região do sítio, o que impediu o produtor rural de fazer uma busca mais detalhada na propriedade. Mas na última quarta-feira (16), depois que a chuva cedeu, Portes foi vasculhar o terreno para ver o que tinha causado tanto barulho. “Estava andando e vi aquela coisa estranha. Na hora achei que era uma barraca e pensei: ‘pronto, invadiram meu terreno’. Daí cheguei mais perto e vi que era essa peça”.
Ao ver o objeto, que tem aproximadamente 6 metros de diâmetro por 4 metros de diâmetro, o produtor se deu conta da sorte que teve ao não ter sido atingido pela peça. “A nossa maior sorte foi que esse pedaço de foguete caiu reto. Se tivesse caído meio que na diagonal tinha destruído a nossa casa com a gente tudo dentro. Deixou um rastro na terra, rasgou a erva-mate, machucou as araucárias que estavam no caminho, abriu um buraco e afundou o capim que tinha em volta”, contou.
Agora, tudo o que o produtor rural quer é que a vida volte ao normal na propriedade. “O meu sítio, onde a gente produz nossa erva-mate, agora é um lugar de interesse para o planeta todo. Um sítio simples acabou tomando uma proporção enorme. Nunca na minha vida, imaginei que um dia eu iria viver para ver cair um pedaço de foguete lá do espaço no meu quintal, Deus me livre”, brincou o agricultor.