O momento é bom para o Brasil, mas novamente o país acaba dependente de uma onda positiva no comércio internacional de produtos primários. O agronegócio e as commodities primárias devem merecer atenção e valorização pelas autoridades e pela sociedade, mas é um erro o país ficar eternamente dependente desses setores, continuar com uma medíocre pauta de comércio exterior em produtos de alto valor agregado e, principalmente, ser inexpressivo em produtos feitos com tecnologia de ponta. Esperar que o agronegócio e as commodities primárias bastem para aumentar a renda por habitante e retirar o país da pobreza é incorrer num erro que vem desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A boa onda atual, pelos bons resultados que dará, pode fazer o país relaxar sobre um sucesso setorial que, embora bom, é insuficiente para colocar o Brasil do clube das nações desenvolvidas. O país precisa de uma agenda econômica mais ousada para as próximas duas décadas.

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