Que os servidores e as entidades que os representam defendam seus interesses é algo compreensível; no entanto, em momentos cruciais como o que vivemos, também há lugar para a nobreza e a consciência de perceber que a maioria dos trabalhadores da iniciativa privada sofrerá com a redução do salário, a suspensão do contrato de trabalho ou até mesmo a perda do emprego, enquanto ao funcionalismo, já protegido do pior graças à estabilidade, pede-se um sacrifício muito menor. Quanto aos parlamentares, era sua tarefa analisar o pleito dos servidores à luz do cenário maior, que também inclui o estado precário das contas dos estados e municípios. Não o fizeram, jogando a responsabilidade para o presidente Bolsonaro – que terá de escolher mais uma vez entre o corporativismo e a responsabilidade fiscal, dois senhores aos quais não se pode servir ao mesmo tempo.

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