Anne Frank escreveu em seu diário: “Se armos todo este sofrimento e se ainda houver judeus, quando tudo acabar, os judeus, em vez de serem condenados, serão vistos como um exemplo”. Esse esforço conjunto para conectar os sobreviventes depois dos eventos horríveis do Holocausto foi o caminho certo para uma recuperação individual e nacional, e os os necessários para cumprir a profecia.
Há alguns meses, um líder da comunidade judaica no Brasil me colocou em contato com outro líder comunitário na Inglaterra. Seu sobrenome é o mesmo de meu avô, Arkush. Fiquei curioso para saber se tínhamos vínculos familiares e, se sim, quais eram. Não há muitos Arkush, então imaginei que seria possível. Para minha surpresa, seu avô deixou a Polônia antes da guerra, saindo de uma cidade muito próxima daquela onde meu avô nasceu. Ambos achamos que havia alguma relação ali, e estamos trabalhando para descobrir isso.
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Hoje, 27 de janeiro, o mundo comemora o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. A data marca o aniversário da libertação do campo de concentração e extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau por tropas soviéticas, em 27 de janeiro de 1945, e foi oficialmente proclamada, em novembro de 2005, como tal pela Assembleia Geral das Nações Unidas.
O Holocausto teve implicações e consequências universais ao redor do mundo. Todos nós compartilhamos a responsabilidade coletiva de relembrar e educar sobre o Holocausto e o que levou a isso. Todos nós precisamos fazer o máximo para prevenir que atrocidades como esta aconteçam novamente. Essa responsabilidade envolve a educação sobre as causas, consequências e dinâmicas de tais crimes, para assim fortalecer a resiliência dos jovens contra ideologias de ódio. Estamos testemunhando um aumento global do antissemitismo e de discursos de ódio, e as lições do Holocausto nunca foram tão relevantes.
Como Simon Wiesenthal disse, “para que o mal floresça, basta que os homens bons não façam nada”. Vamos trabalhar juntos para prevenir futuras atrocidades.
Alon Lavi é cônsul-geral de Israel em São Paulo e neto de sobrevivente do Holocausto.