Apesar de estarem se tornando um pouco mais populares e terem criado milionários da noite para o dia, as criptomoedas ainda têm um longo caminho a percorrer para serem conhecidas e aceitas por grande parte da população.

Enquanto Miami está se tornando uma criptocity, negociando casas em bitcoins, utilizando a tecnologia de blockchain para registrar escrituras de imóveis e até mesmo planejando o pagamento de salários dos funcionários públicos com essa criptomoeda, a China proibiu qualquer tipo de operação com esses ativos no país, alegando o elevado consumo de energia exigido, mas provavelmente também preocupada com a estabilidade de seu sistema financeiro.

Além de falta de conhecimento de grande parte da população, as criptomoedas ainda enfrentam outro obstáculo: a pegada de carbono. Sem considerar outras criptomoedas, apenas a mineração de bitcoins gera tanto CO2 quanto a Irlanda ou a Grécia. Isso acontece em função de a mineração e o processamento das transações com esses ativos exigirem muita computação e, consequentemente, muita energia elétrica.

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Após as barreiras lançadas pela China, foi detectado um aumento considerável de mineração de bitcoins na Suécia, o que levou o governo desse país a pedir à União Europeia que proíba essa atividade, alegando que a mineração, apenas no país, consome energia suficiente para abastecer 200 mil residências e que para minerar uma bitcoin se consome energia suficiente para rodar 1,8 milhão de quilômetros em um carro elétrico.

Enquanto se prepara para impor restrições à mineração em seu território, a Suécia pede também que as empresas envolvidas com a mineração de criptomoedas sejam proibidas de se certificarem como negócios sustentáveis. Segundo o governo sueco, se a proibição da mineração não ocorrer, será impossível à União Europeia atingir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris em termos de combate ao aquecimento global.

Eduardo Henrique Silva Souza é empresário e mestrando em Computação Aplicada. Vivaldo José Breternitz, doutor em Ciências, é professor do Programa de Mestrado Profissional em Computação Aplicada da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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