O político afirmou que sua decisão "não é emocional" e está relacionada à falta de ferramentas para influenciar os destinos do país em "tempos complexos" para seu povo. "Hoje, mais do que nunca, precisamos tomar medidas bem pensadas (...). Não temos o direito de cometer erros novamente", disse Sarkisian, que criticou o fato do mandatário armênio não ter poderes constitucionais para "ajudar seu país", que se tornou uma república parlamentar após um referendo em 2015.
Em declarações à Agência EFE, o diretor do Instituto do Cáucaso, Alexander Iskandaryan, destacou que a renúncia de Sarkisian é um reflexo da "crescente divisão das elites políticas" da Armênia após a guerra em Nagorno-Karabakh, em novembro de 2020.
O conflito, no qual o Azerbaijão venceu com a ajuda ativa da Turquia, significou para a Armênia a perda de quase 70% dos territórios que controlava na região desde o fim da guerra de 1992-1994. "As relações entre o presidente da Armênia e o primeiro-ministro, Nikol Pashinyan, não são boas há muito tempo. Há também uma grande divisão no Parlamento", explicou Iskandaryan. No entanto, ele enfatizou que a renúncia de Sarkisian pegou muitos de surpresa.