“O objetivo dessas sanções é continuar a privar o regime ilegítimo de Maduro do o a fundos e negar sua capacidade de continuar roubando do povo venezuelano”, disse o funcionário do governo à Reuters. Ele disse que as potenciais sanções seriam similares a sanções já impostas pelo governo Trump ao Irã, Coreia do Norte, Síria e, em proporção  menor, Rússia.

Sanções como essas poderiam impedir que as instituições financeiras estatais tivessem o ao sistema financeiro mundial, incluindo transferências bancárias internacionais. Ainda segundo o funcionário americano, os Estados Unidos usariam sua autoridade para permitir que os cidadãos venezuelanos fizessem transações para comprar alimentos e medicamentos.

Petróleo bloqueado

Em janeiro, após Juan Guaidó se declarar presidente interino, os Estados Unidos anunciaram sanções contra a companhia estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA). A medida é uma forma de pressionar o regime de Maduro e apoiar a campanha de transição para a democracia liderada por Juan Guaidó.

Na ocasião, o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que todo dinheiro obtido com a compra da commodity pelos Estados Unidos iria para contas bloqueadas que só poderão ser sacadas quando “um governo democraticamente eleito estiver no controle da Venezuela”.

Após as sanções americanas, o petróleo venezuelano está lotando navios, por falta de comprador, já que poucos clientes no mundo ousam comprar com a PDVSA. Cargueiros com mais de 8 milhões de barris de petróleo venezuelano, com preço estimado de US$ 500 milhões, estão ancorados no país.

Especialistas consideram difícil prever o que vai acontecer com o regime de Maduro à medida que as pressões econômicas aumentam. Cuba, por exemplo, já ou por graves crises econômicas com pressões internacionais severas e o regime continua vivo. Esse também é o caso da Coreia do Norte.

Laura Gamboa, professora de Ciência Política na Utah State University, explica que a situação econômica e pressões internacionais acompanhadas de uma oposição que possa capitalizar sobre isso podem abrir caminho para a mudança de regime.

Leia também: Os cenários possíveis para a Venezuela

"As pressões internacionais e domésticas aumentam os custos para Maduro, e seu círculo próximo, permanecer. Maduro e seu círculo próximo estão ilhados, sem dinheiro e sem o apoio da população", disse Gamboa em entrevista à Gazeta do Povo no início de março. "Isso não é suficiente para gerar uma transição democrática. Mas, se a oposição capitalizar isso e gerar alternativas de saída, os custos de sair podem baixar o suficiente para que a cúpula que apoia Maduro decida abandoná-lo ou Maduro mesmo decida sair", explicou, ressaltando que ainda é cedo para saber o que vai acontecer.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros