Entrevista
Design
Herdeiro da Natuzzi avalia momento atual e fala sobre o futuro da marca e do design

Pasquale Junior Natuzzi: contato com o mundo do design fez com que sua carreira na empresa da família fosse algo natural. | Alberto Zanetti
“Cresci à base de pão e Natuzzi”. A frase em tom de brincadeira revela um amor quase incondicional pela empresa fundada pelo pai Pasquale, em 1959, na Puglia, no Sul da Itália. Pasquale Junior, 29 anos, não nega as dificuldades em seguir os os do patriarca e, por muitas vezes, as comparações e críticas, nem sempre construtivas.
O menino, que corria pelos corredores da conhecida grife de estofados, pensou até em seguir a carreira esportiva. “Cheguei a jogar golfe seriamente, com bons resultados. Mas também fui um bom atleta em disciplinas como basquete e polo aquático”, relembra com saudosismo o atual diretor criativo da marca italiana.
O mundo dos esportes perdeu um promissor campeão, mas a Natuzzi ganhou um profissional dedicado que ajudou o pai a levar a empresa para uma esfera industrial e mundial. “A beleza do design me capturou”, diz ele que hoje responde também pela direção comercial Emerging Markets da Natuzzi.
Em entrevista exclusiva para HAUS, grande parte dela realizada enquanto se dirigia a mais uma reunião, Pasquale Junior fala sobre a sua entrada nos negócios da família, as lições dadas pelo pai, o mercado brasileiro e o futuro.

Você cresceu com a Natuzzi. E a pergunta que justamente se faz nesse caso é: entrar para a empresa foi uma obrigação, uma imposição ou simplesmente se tornou uma paixão?
Sempre fui um criativo e o fato de ter nascido em uma família onde a criatividade está no sangue, me levou quase que naturalmente a fazer tal escolha. Obviamente, cresci com o “mantra” Natuzzi, e meu ingresso na empresa acabou sendo orgânico. Sou o terceiro de cinco filhos, o primeiro menino e tenho muito orgulho de ter sido registrado com o mesmo nome do meu pai. Hoje, me sinto honrado em fazer parte dessa empresa extraordinária. É uma honra poder contribuir para o sucesso da Natuzzi.
Pode nos contar o início do seu percurso profissional na empresa?
Tenho 29 anos e 8 de Natuzzi. Eu brinco que conheço muito melhor a empresa que eu mesmo. Fiz de tudo um pouco. Comecei como estagiário e fui aprendendo a reconhecer a complexidade de uma grande estrutura. Participei de feiras de negócios, viajei pelo mundo inteiro, vivi o mercado do design, e hoje, além de diretor criativo, sou responsável comercial dos chamados mercados emergentes – emerging markets.
Percorri uma longa estrada, mas valeu a pena. A um certo ponto, pensei em buscar uma outra carreira. Mas a paixão pela Natuzzi falou mais alto. Larguei a Bocconi (uma das mais importantes faculdades de istração do mundo), em Milão, e voltei para a Puglia, no Sul do país. Os primeiros três anos foram desafiadores, mas hoje sinto que minha presença faz diferença e posso concretamente contribuir para o sucesso da empresa.
Como é a Natuzzi do Pasquale Junior">