“Portanto, a afirmação da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia não faz sentido. Para Padre Kelmon, o que precisa haver entre as igrejas é mais respeito uma com as outras”, disse a campanha à reportagem.
Segundo a campanha, Padre Kelmon faz parte da Igreja Siro Ortodoxa Malankar, uma denominação à parte que tem o religioso como sacerdote. Na última semana, a arquidiocese da ordem emitiu uma nota à de Antioquia esclarecendo a situação e pedindo que se junte à campanha do candidato do PTB.
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Caio Queiroz, padre representante do patriarcado de Antioquia no Brasil, disse à reportagem que Padre Kelmon chegou a tentar participar da denominação no ado, mas que o processo de adesão não avançou. No entanto, afirma que não há nada que o desabone exceto pelo uso de símbolos que são característicos deste patriarcado.
“Ele usa o véu monástico da Igreja Sirian Ortodoxa, que somente a nossa que usa. Buscamos esclarecer isso, que ele tentou fazer parte no ado, mas não recebeu o grau de ordem, embora continue utilizando-o e remetendo à nossa igreja. Mas, julgar que ele não seja padre é temerário”, disse o religioso.
A campanha de Padre Kelmon disse que ele foi ordenado presbítero em 2015 pela denominação Igreja Apostólica Ortodoxa da América, de São Paulo, e depois aderiu à Igreja Católica Apostólica Ortodoxa do Peru, com reconhecimento da atual situação eleitoral pelo arcebispo Ángel Ernesto Moran Vidal. Em um documento enviado à reportagem, o patriarcado diz que o religioso solicitou uma licença eclesiástica para poder participar da eleição pelo tempo que for necessário.
A entidade ainda ressaltou que Padre Kelmon realiza trabalhos sociais em nome da denominação no estado da Bahia, onde é “reconhecido por seu inquestionável trabalho pastoral e social em benefício da comunidade, razão pela qual é sempre convidado para diversas atividades e eventos em prol do desenvolvimento do povo brasileiro”.
Para o padre Caio Queiroz, também não haveria nenhum impeditivo de se posicionar politicamente, desde que seja em defesa de missões pontuais onde os religiosos atuam.
“A Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia não impede nenhum de seus membros, sejam eles clérigos ou leigos, de participarem de movimentos políticos desde que sejam clérigos autorizados por seus arcebispos”, disse.
Padre Kelmon Luís foi alçado de vice à cabeça de chapa do PTB à Presidência da República em meados de agosto após o TSE barrar a candidatura de Roberto Jefferson ao cargo. Na decisão, o tribunal justificou a inelegibilidade dele em razão de sua condenação a sete anos de prisão, no Supremo Tribunal Federal (STF), pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do mensalão, em 2013. O caso o enquadra na Lei da Ficha Limpa, afirmou o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet.
Além de padre do patriarcado ortodoxo, Kelmon Luís é também líder do Movimento Cristão Conservador Latino Americano (Meccla), que tem como objetivo a defesa de valores cristãos. Seu vice, o pastor Luiz Cláudio Gamonal, presidente interinamente o Movimento Cristão Conservador do partido.
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