Na discussão do projeto nesta terça-feira, não houve resistências à mudança na política de preços da Petrobras. As principais divergências entre os senadores se deram em relação a criação de um novo imposto sobre a exportação de petróleo bruto.
No fim de novembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o governo estudava rever o PPI, embora não tenha detalhado de que forma isso poderia ser feito.
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O texto estabelece ainda a criação de um sistema de “bandas de preços”, que limitariam o ree da volatilidade do mercado internacional aos consumidores internos. Pela proposta, fica a cargo do Executivo regulamentar o mecanismo, estabelecendo limites porcentuais máximos para a variação dos preços dos combustíveis e a frequência de reajustes. O governo ficaria responsável ainda por definir mecanismos de compensação à petrolífera.
A terceira medida prevista no projeto de lei é a criação de um fundo de estabilização do preço dos combustíveis. A ideia inicial era que essa conta fosse abastecida exclusivamente com recursos do novo imposto sobre a exportação.
Após críticas à proposta na comissão, o relator reduziu as alíquotas propostas para o novo tributo e incluiu outras fontes de recursos para o fundo, deixando a critério do Executivo a forma de utilização dos valores e os parâmetros para a redução da volatilidade de preços.
De acordo com o texto aprovado no colegiado, poderão servir como fonte adicional de receita para o programa:
Pela proposta, as alíquotas do imposto sobre exportação poderão ser ajustadas dentro das seguintes faixas:
Prates propôs ainda que da base de cálculo do tributo possa ser deduzido o valor de importações de petróleo bruto, desde que o produto seja refinado no país pela mesma pessoa jurídica exportadora e durante o mesmo período.
Empresas que destinem parte da produção para o refino no mercado interno também poderão ter alíquotas diferenciadas, conforme regulamentação do Executivo, segundo o texto.
O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, em audiência pública realizada pela CAE há duas semanas, disse ser contra a ideia de se criar um imposto sobre a exportação de petróleo. Para ele, um novo tributo geraria insegurança jurídica no setor, afastando investidores.
As medidas são mais uma forma de tentar conter as sucessivas altas no valor dos combustíveis nos últimos meses. Em outubro, a Câmara aprovou projeto que muda a base de cálculo do ICMS sobre combustíveis, ando a considerar a média de preços praticados nos dois anos anteriores e incidindo na forma de um valor fixo em real, não mais como um porcentual. A matéria, no entanto, ainda depende de votação do Senado.
Ainda em outubro, governadores decidiram congelar o valor do tributo estadual que incide sobre os derivados de petróleo por 90 dias.
Nos últimos 12 meses, a alta acumulada nos combustíveis é de 49,58%, segundo dados do IPCA-15 de novembro. O indicador, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é considerado a prévia da inflação oficial do país.
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