O que está acontecendo, segundo a economista, é uma gradual recuperação do mercado de trabalho. “O processo de recuperação é lento e a taxa de desemprego tende a ficar alta porque as pessoas estão procurando mais oportunidades de trabalho.”
A pandemia não deixou apenas legados negativos. Vale, da MB Associados, afirma que os problemas causados pela Covid-19 serviram para mostrar que o mundo digital pode funcionar adequadamente. E tende a melhorar com a entrada da tecnologia 5G, que começa a chegar às capitais em 2022.
As teles devem investir R$ 42 bilhões para disseminar o novo modelo de telefonia celular, que ajudará a acelerar conceitos como a internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) e a indústria 4.0.
Mas, segundo o economista-chefe da MB, esse uso mais intensivo de novas tecnologias coloca novos desafios à mão de obra mais precarizada, justamente a que tende a perder mais espaço neste cenário.
A pesquisadora Janaina Feijó, da Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta que o que vem ocorrendo no Brasil vai na contramão da tendência mundial.
“Enquanto nos países desenvolvidos têm ocorrido uma revolução nos tipos de empregos demandados, com destaque para os da área de tecnologia da informação (TI), a geração de emprego no Brasil tem sido pautada pelo crescimento de postos de trabalho de baixo valor agregado, o que, por sua vez, compromete o potencial de crescimento da economia”, diz a pesquisadora.