Fávaro considerou a disparada do preço do grão como especulação e que, por isso, iria comprar inicialmente apenas 70 mil toneladas. 14e3y
“Nós demos uma demonstração ao Mercosul de que, se for querer especular, nós buscamos de outro lugar. Nós íamos comprar 100 mil toneladas, mas, pelos preços que eles [países do Mercosul] estavam anunciando, nós íamos comprar só 70 mil. Certamente, eles vão voltar para a realidade porque não é justo”, disse o ministro em entrevista ao G1.
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Carlos Fávaro afirmou que a suspensão do leilão e a isenção do imposto foi uma “decisão do presidente” Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro disse que as duas medidas começaram a ser pensadas na última quinta (16), quando ficou sabendo da especulação de preços do Mercosul.
Ele levou a informação a Lula e ao ministro Rui Costa, da Casa Civil, para uma reunião de emergência para estudar o que poderia ser feito. Por outro lado, Fávaro negou que as duas medidas possam prejudicar os produtores.
“Nós estamos com um problema de logística. [O arroz] não consegue sair de lá, não consegue emitir nota [fiscal]. Vai você contratar um frete agora? Vai lá buscar o arroz no Rio Grande do Sul sabendo que vai ter dificuldade? Filas, o frete 20%, 30%? ntão nós precisamos tomar medidas de apoio para abastecer o mercado e garantir estabilidade. Não é em detrimento dos produtores”, comentou.
A decisão do governo de realizar os leilões foi criticada por produtores, como os que fazem parte da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul. O presidente da entidade, Gedeão Silveira Pereira, disse que a importação não seria necessária, já que a produção gaúcha – responsável por 70% do abastecimento nacional de arroz – terá um volume semelhante ao do ano ado, de pouco mais de 7 milhões de toneladas.
O ministro Carlos Fávaro informou, ainda, que vai transferir alguns departamentos da pasta para o Rio Grande do Sul para “ver in loco o que precisa em cada região”.