Os vinhos produzidos pela Fabenne têm curto período de vinificação, com a safra envasada pouco depois da colheita. É uma bebida jovem, o que leva a um consumo mais recorrente do que rótulos mais elaborados e mais caros.
O objetivo, de acordo com o co-fundador da marca, é tornar o o à bebida mais democrático e não apenas em ocasiões especiais ou fins de semana. Para ele, o vinho pode ser mais ível a todos, diariamente.
“Quanto mais caro o vinho, menor o consumo, e isso acaba ‘ritualizando’ o ato de se consumir. Você não vai beber uma garrafa de R$ 100 ou R$ 200 todos os dias, mas uma taça de R$ 6 com uma qualidade muito superior é possível”, conta.
As quatro variedades oferecidas pela Fabenne levaram um ano para ser desenvolvidas, junto da embalagem que mantivesse a qualidade sem oxidar o vinho por causa do contato com o ar. Isso acontece por conta da ação da gravidade, já que o o à bebida se dá por uma pequena torneira na parte inferior da caixinha. Isso evita a entrada de ar na embalagem.
“Tecnicamente não existe nenhuma diferença no vinho que vai para a garrafa ou para o bag-in-box, é exatamente a mesma bebida com uma embalagem diferente, mas com uma técnica que permite que ele dure muito mais (até 30 dias)”, ressalta.
A Fabenne tem um catálogo com quatro varietais, como as opções tintas de Cabernet Sauvignon e Cabernet Sauvignon Seleção Especial, o branco Moscato Giallo e o Rosé, produzidos pela cooperativa Vinícola São João, de Farroupilha, na Serra Gaúcha. A produção em 2020 foi de 150 mil litros de vinhos, com a expectativa de chegar aos 450 mil litros neste ano.
Necessidade própria
Criada em 2017 em uma sociedade de Adriano com o primo Thiago e o cunhado Arthur Garutti, a Fabenne surgiu de uma necessidade destes dois últimos. Eles foram ar um fim de semana no interior do estado de São Paulo e, quando abriram a última garrafa de vinho, disseram que não conseguiriam toma-la inteira.
“E gerou um insight de como tomar um vinho sem estragar. Aí começaram a pesquisar e descobriram um vinho chileno bag-in-box para o dia a dia”, conta Adriano, que foi convidado pela dupla para desenvolver um produto semelhante no Brasil.
Ele conta que este formato já existia no Brasil, mas era tido como “vinho de garrafão no saquinho”. Foram seis meses de planejamento do produto, conversas com a vinícola (que já tinha o maquinário necessário, mas sem expertise de produção), embalagens, etc. Depois aram mais oito meses desenvolvendo o MVP (Produto Mínimo Viável, na sigla em inglês) até chegar no produto final – em 2020 chegou aos 10 mil lares, com 12 mil pedidos.
A expectativa é alcançar 50 mil pedidos neste ano, com a meta de chegar aos 400 pontos ontrade.