15 meses de atraso
Fábio Aguayo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), explica que a legislação é bem-vinda para o setor mesmo que tardiamente, após 15 meses de pandemia. Para ele, a aprovação precisa vir seguida de uma ajuda financeira para a reabertura dos locais.
“É a oportunidade de várias atividades econômicas que estão fadadas à falência saírem do ostracismo. No entanto, resta saber quem tem fôlego ou dinheiro para recomeçar depois de 15 meses sem entrar um 1 centavo. Espero que saia uma linha de crédito da Prefeitura ou Governo do Estado para estes empresários reiniciarem suas vidas e atividades, pois não está fácil”, desabafa.
A consideração sobre a legislação aprovada também
foi feita pela vereadora Noêmia Rocha (MDB) ao final da votação. Assim como
Aguayo, ela ressaltou que pequenos empresários, principalmente de bares,
normalmente não tem uma cozinha estruturada para atuar como lanchonete ou
restaurante, e que necessitam de um auxílio financeiro do poder público para
fazer as devidas adaptações.
“A maioria deles têm uma cozinha de e, não estrutural para atendimento de restaurante. Talvez abrir uma linha de crédito ou diminuir os impostos, ou algo neste sentido, para que eles possam estruturar as suas cozinhas, porque poucos donos vão poder dar essa estrutura para atendimento como restaurante”, diz lembrando que essa adaptação ajudará inclusive no aumento da geração de vendas e impostos.
Adaptações
O texto recebeu ainda uma subemenda do vereador Dalton Borba (PDT) que detalhou as normas e requisitos que terão de ser preenchidos para a adaptação das atividades às novas licenças, como os protocolos de segurança alimentar e medidas de enfrentamento da Covid-19 das secretarias de saúde e meio ambiente de Curitiba e do estado do Paraná. Também reforçou que os estabelecimentos estarão sujeitos à fiscalização pelo não cumprimento das medidas com aplicação das respectivas sanções.
“Alguns pensam que estamos dando a oportunidade das pessoas promoverem aglomerações e festas, mas não. O projeto é muito claro e traz a oportunidade dessas pessoas todas trabalharem como restaurantes, seguindo todas as medidas sanitárias e de segurança, e cabe obviamente ao poder público a fiscalização para que isso aconteça”, disse Alexandre Leprevost, autor de um dos projetos que foi incorporado ao substitutivo-geral.
O texto consolidado abrange os bares e outros
estabelecimentos destinados a servir bebidas, com ou sem entretenimento;
discotecas, danceterias, salões de dança, casas noturnas e similares; o setor
de organização de eventos, exceto culturais e esportivos; além das atividades
de catering, bufê e outros serviços de comida preparada.
Dalton Borba ressaltou que, normalmente, a
concessão de alvarás já segue um trâmite burocrático, e que com a pandemia se
tornou ainda mais moroso. Com isso, a subemenda que ele propôs permite, segundo
o vereador, uma autorização mais clara para que os estabelecimentos consigam
adaptar mais rapidamente às normas específicas.
“[Por exemplo], o empresário é dono de um buffet infantil e ele quer abrir as suas portas como restaurante, não tem problema nenhum desde que ele se submeta às regras principalmente de segurança alimentar. [Com isso], o alvará não fica dispensado, fica postergado. Óbvio que se o dono do estabelecimento resolver abrir as portas sem condições de atender as normas da vigilância sanitária, ele vai sofrer as penas da lei que já existem, porque a norma jurídica já apresenta essa penalidade”, conclui.
A alteração do alvará ou a permissão para a reabertura são dois dos vários pedidos feitos pelos empresários e promotores de eventos desde que os espaços começaram a ter o atendimento suspenso, em março de 2020. No começo deste ano, um protesto no Centro Cívico chamou a atenção pelas dificuldades que o setor vem enfrentando, com contas atrasadas, falta de auxílio consistente e medidas sanitárias restritivas.

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